9 de abril de 2013

Leak #01

Ilustração: Débora Gallazzini




Neste momento em que me encontro em tão rara e branda racionalidade, com um bom tanto de passividade, decidi tentar (me) entender.
É tombo de moto, Feliciano, ex, hipocrisia, excesso, tanta coisa misturada, minha visão quase sempre passional e exagerada da vida, cheia de extremos, pontos finais, decisões e reminiscências, é tanto um pouco de tudo que me perco facilmente na diária tarefa de existir.
Comecei o ano de 2013 cheio de pontos finais, o que na teoria me possibilitariam um (re)começo brilhante; óbvio que desde que o universo se estabeleceu novos começos existem e não dependem de pontos finais para isso, mas creio que o caos possui um elemento criador e recriador inigualável. Existam tantos aspectos em mim que devem ser trabalhados com mais cuidado, minha hipocrisia em relação a alguns acontecimentos da minha vida, o perdão interno que nunca chega, aquela sensação de dono do próprio nariz que demora a aparecer, o fato de gostar do próprio nariz também tarda, um acumulo de restos, de sobras, excessos, e no meio disso, enquanto me sinto o Cumbre Vieja prestes a entrar em erupção, aquela antiga questão surge, alta como sempre, incerta como o todo: aquilo que esta me sobrando falta em alguém, mas o que me falta será de quem?




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