13 de outubro de 2009

A Cama Cobertina



"Uma cama solteira, 
que vive desarrumada, 
toda desfeita, 
sem coberta e escancarada.
A cama é muito solteira e gorducha, 
não é boa de mola, 
e suas pernas eram do tipo rebola-bola.
...
Certa vez, em um passeio, 
encontrou com um leito principesco, 
todo arrumado, limpo, 
com lençol de cetim bordado, 
e até um dossel,
que de tão azul,
foi comparado ao céu.
Após a união, até fotografada 
para coluna social foi.
E os dois se transformaram
em uma cama de casal.
...
Mas Cobertina é uma cama bem doidona
e bem gozada.
Não aguentou viver grudada, 
estuada, tão casal.
Deu um ronco forte, forte.
No marido deu rasteira, e disse:
- Foi tudo um lindo sonho,
eu nasci pra ser solteira!"


A Cama Cobertina, Sylvia Orthof

5 comentários:

  1. Consegue fazer romance até com a cama, ve o amor em tudo, esse é meu amigo s2 (Deu um ronco forte, forte. rsrsrsrs)prefiro não comentar adorei.

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  2. Mas que poeminha docee! Adoreei Beto.
    Sabe de uma coisa? Desde a primeira vez que entrei no seu blog, percebi que era um que vale a pena ler. Tem coisas criativas, reflexões com sentido, e o fato de você ser um psicólogo de fundo de quintal não influencia em nada, já que você, nato, deixa muitos formados por aí no chinelo!
    Eu amo tudo isso aqui!
    Não deixe de existir...

    PS.: O NOVO LAYOUT TA LINDO LINDO! *_*

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  3. Lindo ;]
    ^^!

    Robinson de França.

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  4. Que cama auto-suficiente. Tem gente aqui desesperado por compainha e essa cama doidona dispensando gente.
    Eu acho que já ouvi falar na Sylvia Orthof. Creio que na biblioteca da minha antiga "senzala" havia algum ou alguns livros dela. Mas não tenho certeza. Nunca havia parado pra ler.
    Mas, enfim, se eu tivesse lido, certamente teria gostado. Bem criativa ela. Você se encaixa no perfil da Cobertina?! (rs)
    Ah, e queria agradecer pelo comentário maravilhoso que deixou no meu último post. Já estou pensando em escrever sobre um jovem músico norueguês (aliás, nascido Belarus, porém criado na Noruega) que tem feito muito sucesso ultimamente. Mas... é surpresa. Tudo a seu tempo.
    Bem, eu já escutei Ludov algumas vezes. Não sou fã, nem gosto muito da música deles, me limitando a ouvir apenas a música Kriptonita. Lembro que quando estava indo ao cemitério, num domingo a tarde, para o enterro do meu avô, passei por uma casa na qual havia alguém ouvindo essa música. Me marcou, porque o refrão sintetizava exatamente o sentimento que me possuia naquele momento, o de perda, de desamparo:

    "Quando eu te quiser...
    Quando eu te quiser...
    Quando eu te quiser,
    esteja em casa,
    esteja na sala de estar!"

    Seria a ultima vez em que eu poria os olhos naquelas feições africanas, que estavam pálidas e flácidas no momento em que o caixão foi fechado.
    Mas, eu posso escrever uma resenha qualquer dia desses. Vou lhe dar de presente! ^^

    Grande Abraço!
    Seu eterno amigo,
    Léo! =)

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  5. -

    de cara com o texto... não pensei que ele fosse o que setorna no final.

    tais com codinome novo, é?! ;)

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