26 de julho de 2010

2 cálices, 1 Toddynho...




cigarro e uísque nas mãos
olhos distraídos
contrastam com ouvidos atentos
que ouvem o que diz a mente

é estranho se perder
viajar, imaginar
aquele que neste momento
talvez também esteja
tentado imaginar a gente

coloco nele um sorriso torto
uma voz marcante
sei que ainda está pra chegar
ele virá
e também irá partir...

suas pegadas ficarão na terra
e um dia ele vai (me) olhar
la atrás
vai voltar
 quem sabe....

já aprendeu antes de mim
a não chegar muito perto
evitar atalhos
cruzar caminhos

eu aprendi antes dele
a amarrar meus sapatos
a me virar sozinho

  juntos
serão dois cálices de vinho
dois pratos sobre a mesa
 degustamo-nos
amoras
champagne
toddynho
...


                                                                                                              

14 de julho de 2010

- O único ser possível...


"Nunca ainda aconteceu
De alguém poder me olhar.
E mesmo que não me vejam,
Ainda assim estarei lá.
- # -
Pois meu corpo é inspiração,
Por isso sou apenas legível,
E nestas letras tens a visão
Do meu único ser possível."

Roberto Rodríguez



Hoje, particularmente eu me descobri frágil, em um dia qualquer e sem nenhuma razão aparente, sempre minhas razões tem essa mania de serem irritantemente discretas. Acho que acordei triste, desapontado com alguém, com vários, comigo mesmo.
Me cansei de certas repetições.
Sinto que sou carne, sangue, ossos, amor e palavras, mas que apenas as palavras são legíveis, e o pior, visíveis. O resto, permanece embaçado, nublado e com propensão áreas de instabilidade.
Não ser visível. O sonho de muita gente. O pior pesadelo de tantos outros.
Já me senti invisível tantas vezes ao longo da minha vida. Não preciso nem voltar muito no tempo, pra me encontrar invisível em festas, baladas, bares, na Av. Paulista, na sala de aula, no trabalho.
Que sensação incomoda, estar ali, e ninguém levar em conta sua presença. Você fala e não é ouvido, você é visto mas não é percebido, e ao ir embora, ninguém dá por sua falta.
Que ironia esta. Em outros momentos da minha vida, eu daria tudo para estar invisível, mas não tive esta sorte. Desaparecer em momentos estratégicos deve ser muito bom. Não sei.
Aqui chove, estou deitado na minha cama, o edredom serve como  a capa filamentosa da minha metamorfose, a casca, e o casulo de um outro Roberto que cresce.
Um Roberto mais visível eu espero.
Até lá, cuidado com esse vazio despercebido que passa ao seu lado as vezes pela rua.
Pode ser gente. Pode ser até eu.



p.s. demorou um pouquinho pra mim voltar a escrever,
só posso dizer uma palavra em minha defesa: Férias!
p.p.s. senti falta de todos os meus queridos, são todos visíveis pra mim.



- Mamãe, não me perca na neblina! HahaHa
Beijos Sinceros...