6 de junho de 2009

O nosso lado Bridget Jones: Os Balzaquianos Modernos






O mundo dos solitários está crescendo tanto quanto o mercado de livros para pessoas solitárias. 
Esses livros, em sua maioria, ( e eu falo com certa propriedade no assunto, afinal possuo uns 23.658.987 exemplares!) são centrados em heroínas perturbadas à procura de um par.
Uma de minhas escritoras favoritas, de livros sobre relacionamentos (Kristina Grish) indica em seu livro "Mulheres certas, que amam homens errados" (ótima leitura, recomendo!) o filme *O Diário de Bridget Jones*, e por acaso este filme estava passando na TV esses dias, e resolvi seguir o conselho da Kristina (pra variar!) e sentar minha bunda gorduxa no sofá, por duas horas, com um copo de água com gás e uma barrinha de chocolate com castanhas, (as malditas me deram espinhas!), e posso descrever esse filme com apenas uma palavra: apaixonante
Em seu livro, Krsitina dizia que esse filme é *Uma doce homenagem disfarçada para os homens bons de verdade!* CON-COR-DO!!!! em gênero, número e grau!
fiquei simplesmente fascinado com a história meiga, fofa e cheia de encanações com peso, comida, trabalho, homens, sexo, família, independência, roupas íntimas e amigos. Realmente um retrato fiel da nossa vida de solteiros modernos.
De tão fascinado, decidi fazer uma lição de casa voluntária a respeito da nossa heroína Bridget, e descobri que esse livro é famozíssimo e muito popular, sendo conhecido como *o manual dos solteiros* ( e principalmente das Solteiras!).



'O Diário de Bridget Jones' da escritora talentosissima Helen Fielding vendeu de cara 107 MIL exemplares aqui no Brasil, sendo que, o esperado, era no máximo dois mil. Desde que foi lançado em 1998, o livro já mostrava ser uma criação no mínimo brilhante: Afinal, todo mundo que está sozinho, à procura de um amor real, se sente super vingado por aquela gordinha meio neurótica e engraçada que acaba se dando muito bem. Fora que essa história de amor incrível, foi a primeira de sua espécie, e deu origem a um tipo particular de literatura original, bem humorada e deliciosa, que eu particularmente amo: a literatura cor-de-rosa.
(os famosos livros de mulhersinha, que quem me conhece, sabe que amo a lot²!) 
Eles dominaram as livrarias, e garanto que basta ler um, para querer ler todos (seja romances, contos, poemas, manuais de sobrevivência bem-humorados, ou derivados).
O fenômeno da literatura cor-de-rosa é global, criou até uma nova denominação para essa nova geração de solteiros e solteiras bem sucedidos e independentes, porém extremamente românticos e carentes: Os Balzaquianos Modernos!
É maravilhoso ler/ver essas personagens todas descendo atrapalhadas de seu salto scarpim, para correr atrás de seu homem.



Mas já que estamos falando de mulheres, que são as protagonistas de todas essas historinhas viciantes, sabiam meninas, que no Brasil, 4 em cada 10 mulheres está solteira?
Conheço cerca de 100 Bridget Jones por aí, e com o mesmo desembaraço que elas aceleram o carro para curtirem uma noite de bebidas e amigos, elas também choram pela excessiva solidão! Acho que a mãe de todas as queixas seria a famosa "falta de homens decentes no mercado!" ou aquela outra "minhas relações simplesmente nunca dão certo!". Bem eu acho que passar mais tempo sozinho do que gostaríamos, deixa a gente meio perturbado mesmo.
E até mesmo as meninas ainda super jovens, na casa dos vinte-e-poucos anos, já se enxergam romanticamente sem futuro amoroso, como se estivessem estigmatizadas a serem encalhadas para sempre. Muitas delas estão dispostas a qualquer negócio por um namorado, e toda essa disposição acaba assustando e broxando um possível pretendente.
E nessa maluquice toda, os homens héteros acabam perdidos como pobres coitados, eles ainda vivem em outra fase, ( e segundo o Dr.John Gray, em outro mundo, segundo ele "homens são de marte, e mulheres são de venus" hehehe ) eles estão começando a viver agora a famosa revolução sexual masculina, que começou com um atraso enormde de 20 anos, em relação a revolução feminina. 
Na minha modésta opinião de psicólogo de fundo de quintal, eles ainda não ficaram maduros o suficiente, ou no ponto certo, para atender às altas espectativas das mulheres balzaquianas modernas. 
E eis o calcanhar de Aquiles de qualquer balzaquiano moderno que se preze: As altíssimas exigências.
Os homens gritam reclamando nos bares que as mulheres são complicadas, que basta eles darem o número de telefone, que já são intimados ao casamento, e se a mulher for independente então fode tudo de vez, os meninos acabam ficando ainda mais frustrados. Eu li, recentemente, num blog perdido por aí, que uma pesquisa revelou que quanto mais uma mulher é bem sucedida, mais aumentam as chances dela ficar sozinha.
Na realidade, as mulheres pra variar, estão vivendo uma puta contradição: elas trabalham e ganham sua prórpia grana, mas ainda tem o desejo secreto de que um macho pague o jantar voluntariamente como prova de seu desejo/amor.
As solteiras modernas de hoje em dia, tem um pé no século XXI e outro nos anos 50, com meninos de jaqueta de couro indo buscá-las num carrão, levando elas ao drive-in, buquês de rosas vermelhas, cabelos com gel, e o melhor do pacote: pagando a conta como um macho de verdade!
Elas não abrem mão dos avanços sexuais, mas ainda sonham secretamente em se casar de branco como as mães delas, com direito àquele maridão engomadinho, com um sorriso colgate, passando margarina no pão como nos comerciais da Doriana.
O jeito é respirar fundo e controlar a ansiedade, afinal, segundo as pesquisas, o grande encontro amoroso ocorre por volta dos 30/45 anos, afinal nessa idade a mulher estará realizada proficionalmente e o homem terá tido tempo suficiente de amadurecer para alcançá-la.


Terminarei este post sendo mais romântico e sonhador, a la Bridget Jones, uma de minhas escritoras favoritas da literatura rosa, Martha Medeiros, fala uma frase perfeita em uma de suas crônicas "eu ainda me pergunto: será que as mulheres estão dando chance, para que este 'qualquer um' prove que não é 'um qualquer'?" e ela continua " essa coisa chamada 'História de amor ' requer um certo tempo para ser construída, e as que dão certo, são aquelas vividas com paciência, com o espírito aberto, e na maioria dos casos com qualquer um que consiga romper nossas defezas e nos fazer feliz!".
Perfeito.
Um outro conselho válido para as nossas Bridget's, seria: sejam coerentes, precisas e claras naquilo que desejam, seja sexo selvagem com um modelo de cuecas da zorba, seja um casamento ao estilo Doriana, a partir do momento que você tem uma noção básica do que quer, as coisas ficam mais fáceis, aquilo em que você focaliza a sua atenção, sempre se torna mais presente na sua vida.
Um texto escrito pela Bridget Jones que mora em mim, para aquela que mora em vocês.







p.s. afinal todos nós temos um pouquinho de Bridget Jones
 enrolado embaixo de algum edredom por aí.